Na busca incessante por uma aprendizagem
significativa, desde século XVII Comenius já percebeu a necessidade de se
educar levando em consideração o desenvolvimento da criança, a construção do
conhecimento através de experiências, a utilização da interdisciplinaridade, para
tanto se constata que o trabalho didático apresentado inspirava-se na
organização manufatureira do trabalho, formando-se trabalhadores para servir a
indústria. O conhecimento limitou-se ao manual didático, pois se tornou um
instrumento mais fácil de ser exposto, com um conteúdo limitado. Respondendo as
necessidades da época.
Pensando
nessa perspectiva, reconhecemos que nos dias atuais nos reportamos a Comenius e
sua Didáctica Magna, que soube no seu tempo perceber a necessidade que a
sociedade buscava. E nós, estamos buscando o que a nossa sociedade precisa?
Será que não é preciso pensar numa nova didática? Uma nova organização da
mesma? Podemos em nosso tempo tratar o ser como uma tábua rasa, segundo a
pedagogia diretiva ou um produto para o mercado como na época de Comenius?
Acreditamos que já está na hora de promover uma nova didática, na qual o aluno
é a peça central da aprendizagem, que possui conhecimentos prévios, que está em
contato direto cotidianamente com recursos tecnológicos e que acima de tudo é
um ser social.
Na
nossa concepção entendemos que a viabilização da formação integrada do ser,
reconhecendo seus diferentes saberes, partindo do ponto da pesquisa e da elaboração,
tanto do docente quanto do discente, não com a expectativa do otimismo ingênuo,
na qual seremos os salvadores e temos as soluções, e sim com o otimismo
crítico, na qual trabalharemos com uma via de mão dupla, construindo
autonomamente e coletivamente, evitando o pedagocídio que está sustentado nos
pilares da evasão e da repetência que tanto nos aflige.
Nas
nossas leituras entendemos que a educação ambiental tem como meta social o desenvolvimento
sustentável, que gera conhecimento, aprendizagem e novas formas de enxergar a
realidade. Compreendemos a importâncias das disciplinas estarem integradas no
trabalho com consciência do ser social e de sua responsabilidade com o ambiente
que habita.
Pensaremos
sempre, que sujeito se quer formar? Um sujeito que sirva de massa de opressão
ou um sujeito capaz de criticar e mudar a sociedade em vive? Se pensarmos que a
educação é transformadora dos homens, como relata Paulo Freire, poderemos conceber
não as certezas, mas sim as possibilidades de mudar e tornar verídica a
aprendizagem significativa.
Em
suma, a construção de idéias não se faz do nada, reconhecemos a importância que
todos os teóricos tiveram em seus tempos, e a contribuição que deram à
educação, mas pensamos em nosso tempo, um tempo que o conhecimento é uma arma
da liberdade, que a autonomia é um direito conquistado. Aproveite-mo-os!
Sabemos o papel da educação nesse no mundo, não temos receitas e sim
possibilidades.
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